sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Capítulo 3- E no príncipio era assim...


E-eu te amo. Pensou. Hoje descobrira de todo. Fora recortar uma foto dele para foto de contato no celular – coisas efêmeras, que não caberiam a literaturas que não passam - e se prendeu ali, com ele se sorrindo. “Quem mandou me olhar assim? Não pude evitar, tirou meu ar, fiquei sem chão, menino bonito, etc, etc, etc...”. O.K. Tava ouvindo Céu demais. Mas à sério, por esses sentimentalismos fajutos que já a permearam ficava confusa. E lá permanecera ela, usando o teclado no lugar de ir dormir e perder o gatinho num sonho.

Nessa fase, que já não sabia mais, ele não queria, e ela sim. Dai a troca de tempos. Efêmeros, verbais, de tecido. E a música a iludia, num presságio do que estava por vir. E sabia que ele não acreditava nessas coisas. Contradição. Homem de pouca fé. Sabia, sabia. Não queria adentrar nesses méritos. Não me diz assim menino, que quer me consolar, que você me mata de vez. Se esvaia. E você que tanto gosta do verde, e das mulheres que o cultivam, por Deus. Destrói de vez essa minha esperança limão. Implorava.

Me diz, de novo e sincero, assim baixinho, que não me queres. Eu passo. Juro. E diz logo preu poder me alumbrar de vez e sofrer lamento profundo de não esquecer-te. Jurou-se a ele. Me fala logo que não sou pra ti, que não és pra mim, e não responde aos meus torpedos. E ela seguia no martírio semi-bélico. Pára com essa guerra que me mina. Amigos fazem assim eu sei. Sei de tudo e sei de nada, sei um pouquinho, mas quem mandou você me olhar cativo e me fazer flor feliz?

Culpou-se pelo homicídio que planejava ali, sozinha, naqueles pensamentos rendados, barrocos. Bandejaria a ele todo o seu sentir para então o menino de barba indecisa e adorável o esmagar com nãos insinceros ou com mentiras cabíveis de ostentação fraternal. Retardou-se para ver se estava mesmo a entregar-se naquela confissão suicida. Saiba você que... que... enfim, que posso mudar pelo que eu quiser. Já mudei, você percebeu, assegurou e garantiu que para melhor. Ora, por você... Tudo bem, sem mais arroubos literários inúteis. Não é assim que te provo ou convenço de qualquer coisa. Basta puxar pra tuas vistas meus olhos ao te ver. Puxa ai vai! #moçavermelha. Acabou e já colando o texto na mensagem que mandaria em 50 segundos, repensou porquês, avaliou comos, relembrou quems. Decidiu quandos.

Tinha coragem pra tanto. E como seria dali em diante? Refletiu. Amigo que é amigo resiste. Acrescentou um último, não se sinta obrigado a responder e, clicou, antes que se arrependesse, no frio ENVIAR. Consumado.

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