segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Capitulo 1 - E no princípio era assim...


Arriscou-se por meios virtuais:

- ¬ ¬

Ele, incógnita, desmedido:

- e tu já tá por aqui?

E porque era ainda cedo para ela já estar no trabalho. Então ele conhecia seus horários. Boba, não continha seus excessos, coquetismos desnecessários:

- e tu que ficou ocupado no exato momento em que eu entrei

psico

Doce, sempre inocente ele era assim:

- foi mal, nem percebi, só na defensiva né?

Dava vontade de sussurrar no ouvido dela um mantra de auto-controle, enfiou:

- ahã Cláudia, claro, desisti do ataque

bandeira perdida beibe

eh bandeira aceita

E como se esperasse algo de um fio, coisa verde, esperança em uma palavra, ironia que fosse, desiludiu-se com o:

- sinto

E aquele sinto rasgou-lhe. Era frio, embora não sentisse que fosse verdadeiro, mas era. Numa convulsão idiota soltou:

- kkkkkk

E desviou:

- ei

posso te entrevistar?

Ele, curioso:

- pra quê?

Ela explicou e largou as perguntas, que não revelo aqui, pois são demasiado técnicas, reveladoras. E no meio de uma delas, ele soltou um site como resposta. Ela perguntava. Era jornalista e precisava de declarações, discurso direto, etc... O link mandado foi o suficiente para irritá-la:

- não quero site

o meu negócio eh com vc

Depois de um errinho digitatório:

- hum

manda então

Ela continuou com o profissionalismo, fingindo-o de fonte. Não consegue manter por muito tempo, Dá uma olhada no site e humilha:

- kkkkkkkk

vcs fazem o site do ceará

#morri

Ele apenas diz:

- my lord!

Mais uma vez, ela repete-se não só naquela convulsão de letras...:

- kkkkkkkkkkkkkkk

Ele:

- vamos lá, pensemos

fizemos

Ela poderia ter ficado calada e sucumbido ao conformismo. Mas não seria ela:

- quer uma massagem pra pensar melhor?

Tudo bem. Momento ameba má que dá foras em moças apaixonadas:

- sabe alguma virtual?

Ela fica lá, olhando a janelinha e parece esquecer de tudo vendo as ações dele e se entrega, contando que está vendo:

- escreve... para... pensa... repensa... escreve... enter

legal

amanhã eu te dou

mas não me atrapalhe

Pouco mais de um minuto e meio, ela continua:

- vamos responda logo

kkkkkkkkkkkk

Nem um só comentário. O eu dela fraquejava diante das atitudes. Realmente não a queria. Não estava acostumada com isso. Talvez isso a impulsionasse. Birras. Ele responde:

- bom, eu acreditava que... blá blá blé...

Ela:

- hum...

Ele continua:

- nem cogitava trabalhar ... blá blá blé...

quê mais

?

A entrevista prossegue, com um ou outro “anjinho”... E ele vai pro lado:

- ei, o professor gostou do meu texto

hehe

Ela, querendo ignorar:

- parabéns

2 estrelinhas do PT pra vc

Mas não se contém:

- brincando amore

Ele vem com:

- :D

Ela imagina o de verdade, lindo, bom, queria ter um só pra ela:

- me manda preu ler

Ela fica feliz com o que se segue. Ele parece achá-la meio tirana, num misto de respeito e receio:

- \o/

eu não, senão tu vai acabar com ele

Espanta-se:

- valha

teh parece

pra gatinho eu dou um desconto...

Ela fecha, tem trabalho a fazer. Prioriza. Ele não é tão importante. Ainda.


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