segunda-feira, 5 de julho de 2010

Assim, até que se prove o contrário


Sou só mais um coração machucado que vagueia pelas ruas da vida. Sou pura, toda, intensa. Veementemente convivo para viver. Nas leituras das tuas entrelinhas, eu me despeço das minhas interpretações erradas para te ter por algumas horas, dias, meses ou anos. Até que possa confiar, ou mesmo enjoar de ti. Eu? Nem me perguntem o que sou, quando sou, porque sou, não entendo. Só sou a flor que deixa cair as pétalas, feliz, já que o vento as tocou. Aquela que oprime e oprimiu por amar. Que tem medo da escuridão aos vinte anos. Sou a enchente nos lençóis da noite, porque chorar faz bem ao coração. Sou a invicta que perdeu mais uma batalha das muitas que estão por vir. E que viu que a felicidade se esconde no sofrimento. Adoro os clichês porque existo. Amo a diferença e os porquês. Sou o questionamento nos olhos do nada. O teclado, o monitor, o botão. Aceito, pois assim tem que ser. Até eu mudar de idéia. A música me embala e eu a levo comigo num canto preto/quadrado da minha bolsa de cetim. Lilás, roxa, tênue, vermelha ou – agora sei - verde. Mas o que nunca vou deixar de ser é a verdade no escuro da luz. Pequena, grave, metálica. Sou fruto e árvore de uma semente plantada por mãos que nunca mais vão me tocar. Sou aversão, curiosa, estreita. Como diz o antigo provérbio árabe: “Os cães ladram e a caravana passa”. Basta decidir ser, cães ou caravana. Já fiz minhas escolhas.

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